segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Conferência "Um Novo Futuro" - As Ameaças da Caparica

Conferência "Um Novo Futuro" - As Fraquezas da Caparica

Conferência "Um Novo Futuro" - As Oportunidades da Caparica

 

Conferência "Um Novo Futuro" - As Forças da Caparica

 

Conferência "Um Novo Futuro"

A conferência "Um Novo Futuro" realizou-se no dia 1 de Dezembro de 2012.

PROGRAMA

Manhã
Externato Frei Luís de Sousa

09h30
Recepção dos Delegados e participantes

10h00
Apresentação da Análise SWAT das 11 Freguesias do Concelho de Almada
Intervenções dos representantes dos 11 Grupos de Trabalho
(Almada, Cacilhas, Caparica, Charneca de Caparica, Costa de Caparica, Cova da Piedade, Feijó, Laranjeiro, Pragal, Sobreda e Trafaria)

11h30
Pausa para café

11h45
Debate

13h00
Intervalo para Almoço

Tarde
Bombeiros Voluntários de Almada

15h00
Sessão Plenária da Conferência Um Novo Futuro
Apresentação da síntese à análise das 11 freguesias do concelho de Almada

Debate
A Construção da Alternativa para 2013

17h00
Intervalo

17h15
O projecto do PS para o Distrito de Setúbal
Intervenção de Victor Ramalho
(Presidente da Federação Distrital de Setúbal do PS)
Debate

18h00
Sessão de Encerramento
António José Seguro
(Secretário-Geral do PS)

Conferência "Dirigentes Associativos" - Texto da JS/Almada

Sendo esta uma sessão dedicada às diversas Associações da nossa federação, começou por se abordar o assunto de uma forma histórica falando igualmente do predomínio do espirito associativista no Conselho de Almada que continua vivo e com força mas que tem sofrido uma contínua queda, com tendência para se acentuar.

Porque se tem então vindo a verificar uma inversão da curva? Vários factores foram apontados, destaco porém o envelhecimento progressivo da população que retira inevitavelmente os mais idosos das associações desportivas, as dificuldades económicas que deixam as pessoas com menos tempo disponível para actividades extra ou pura e simplesmente sem dinheiro para tal, o aparecimento de outras actividades mais cativantes para os jovens do que as que são usualmente disponibilizadas pelas associações e ainda a existência de um número cada vez maior de instalações desportivas e de espaços de convívio modernos e com muito melhores condições.

Dado o tema, inevitável foi porém a referência ao PCP que faz questão de se apoderar de todas as associações que "apanha à mão" e mesmo daquelas que na sua rebeldia teimam em não ceder à sua fome associativista, recorrendo ao bombardeamento para que, rendidas, possam sucumbir aos braços do polvo.
Quero com isto dizer, de uma forma irónica, que o partido comunista tem realmente uma enorme preocupação em que as Associações sejam dirigidas pelos seus Comissários e estejam por isso a seu lado na intensa luta de filiar e manter pessoas no dito partido. Para tal tudo vale, sendo prática comum asfixiar as Associações cuja direcção não é comunista, pela redução abrupta ou corte total dos fundos que lhes são destinados.
Aparece depois o PCP como o "salvador da pátria" quando a direcção demissionária sai de cena e entra uma nova com "sangue bem vermelho". Os fundos voltam imediatamente, a Associação consegue pagar as suas dívidas, consegue manter as contas em ordem e "voilá"! Milagre... salvou-se uma Associação!

Tal como referi na pequena intervenção que fiz, o PCP vive disto e do Avante (o CDS vive das feiras (mas já viveu mais)), e se conseguirmos atacar este alicerce será um grande ponto a nosso favor.

Não só será benéfico para o nosso PS como simultaneamente acabamos com situações absurdas como as referidas por um camarada quando relatou a dificuldade de inscrição em determinadas Associações devido a orientações políticas discordantes com as que lá predominam. As Associações não são sedes de partidos!

Num panorama diferente, tentámos também responder à pergunta - Como dinamizar as Associações?
Dou relevo a duas das hipóteses propostas, como seja a limitação de mandatos nas Associações por forma a promover uma dinâmica pessoal no seio das estruturas, cativando assim um maior número de pessoas (sim, o PCP também tem forma de dar a volta a este "impedimento"); rejuvenescimento dos órgãos directivos (ponto relativamente ao qual, pelo que já foi dito, se concluiu ser difícil de pôr em prática).

Antes ainda do fecho da sessão foi apresentado o Gabinete Federativo de Estudos de Cultura, Desporto e Associativismo (GECDA), que pretende ser no nosso Distrito, com base numa relação de proximidade, uma plataforma para que todas as Associações possam comunicar entre si e para fora, "ganhando voz".

Por fim, o encerramento com o Presidente do nosso PS Almada, que sintetizou o que se falou durante o dia, fazendo um ponto de situação.
Acrescentou também de forma muito concreta um exemplo de actuação do PCP numa associação e referiu-se a uma conquista do PS, apenas possível no 1º mandato em que a CDU não teve maioria absoluta, em que se obrigou a que existisse um regulamento de atribuição de subsídios por forma a evitar fugas fáceis de capital para as associações "mais convenientes".

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Conferência "Dirigentes Associativos" - Acta

No dia 13 de Novembro de 2011, pelas 10.30H, a Comissão Organizadora da Conferência “Dirigentes Associativos” deu início aos trabalhos, que se prolongaram até às 13.00h, seguindo-se o intervalo para o almoço. Da parte da tarde os trabalhos reiniciaram-se às 15.00h e decorreram até às 18.00h

Na Conferência “Dirigentes Associativos” estiveram presentes meia centena de dirigentes de associações abrangendo grande parte do espectro do movimento associativo. Entre os participantes contaram-se muitos militantes do Partido Socialistas e os outros tantos que não o são.

Na parte da manhã a mesa foi constituída pelos seguintes elementos da Comissão Organizadora: Alberto Chaíça, Alda Fidalgo e Hilário Paulo e por Miguel Duarte, como Presidente da Assembleia de Freguesia da Charneca de Caparica, em representação do Sr. Presidente da Junta de Freguesia, que é também Presidente da Assembleia Geral do Clube Recreativo Charnequense e Presidente da Direcção do Ginásio Clube do Sul.

Após as boas vindas dadas por Miguel Duarte, foram os trabalhos iniciados por Alberto Chaíça que agradecendo a cedência da sala por parte da Junta de Freguesia e o apoio dado pelo PS/Almada e o da Federação de Setúbal do PS a esta iniciativa, agradeceu de forma especial a presença de todos os que estavam presentes.

Depois Alberto Chaíça falou sobre a independência dos dirigentes associativos face aos poderes políticos, salientando o facto de que enquanto cidadão o dirigente associativo tem o direito pessoal de escolha e de actividade política, desde que esta não o condicione na colectividade que dirige.

Hilário Paulo falou sobre o que é ser dirigente associativo voluntário e apresentou em nome da Comissão Organizadora da Conferência a proposta da criação de um gabinete de observação e reflexão para o movimento associativo do concelho de Almada, afirmando, também, que esta equipa está disponível para organizar, constituir e trabalhar nesse gabinete, com e para os dirigentes associativos voluntários, em articulação com o gabinete da Federação de Setúbal do PS e em sintonia com o PS/Almada.

Alda Fidalgo falou sobre o papel das mulheres na história recente e principalmente no papel destas no movimento associativo como dirigentes.

Seguidamente deu-se início ao debate.

A primeira intervenção foi feita por Fernando Miguel que referiu agradar-lhe a criação do referido gabinete. Chamou a atenção para se ter em conta a realidade do movimento associativo, em especial o número de associados que são apresentados, querendo dizer com isto exactamente, respeito aos números que são fornecidos pelas associações quanto ao nº de sócios, números esses que aparentam ser excessivos, tendo-se baseado em dados fornecidos, precisamente, por associações, e que constam de um trabalho de investigação. Foi feito esse reparo tendo em conta a estranha relação quantitativa de sócios versus a população do concelho. Defendeu, também, que devia aumentar a intervenção sociopolítica do movimento associativo, no sentido de um associativismo ancorado na cidadania, que muito para além de uma estratégia ao serviço dos associados, deveria existir também, preocupação com a comunidade, vocação cívico-cultural, contracultura, comunicação/participação com o /no que envolve, cerca, rodeia, isto é, com outros locais e causas. Acrescentou ainda que tanto mais que a lógica do recreativo e da prestação de serviços empobrece a emancipação e reproduz a mentalidade consumista. Apresentou a necessidade de formação dos dirigentes e animadores como algo a suprir e disse que existia défice de democracia interna nas associações. Fez ainda referência à possível necessidade da criação de uma estrutura de coordenação do movimento associativo, apesar da existência da Confederação e estruturas periféricas que dela são dependentes.

De seguida falou Miguel Duarte, na qualidade de dirigente associativo e militante do PS, falou sobre a necessidade de atrair os jovens para o associativismo, de forma a renovar os quadros dirigentes das associações. Referiu também a necessidade das colectividades não se tornarem serem dependentes dos subsídios das entidades públicas, mas que deviam estar isentas de pagar o custo de aluguer das instalações municipais. Salientou ainda o facto de não existir uma política coerente de atribuição de subsídios por parte da Câmara Municipal de Almada.

Seguidamente falou Paulo Santos que louvou esta iniciativa, criticando, no entanto, o horário da mesma, tendo deixado a sugestão que uma próxima conferência sobre este tema tivesse em conta o horário das actividades dos dirigentes ligados ao desporto. Expôs também críticas ao que é exigido às associações quando têm de se candidatar aos apoios do poder local, porque para as pequenas colectividades os processos são complicados e extensos. Fez referência à necessidade de juntar os dirigentes mais velhos aos mais novos promovendo assim a integração inter-geracional, e acabou dizendo que notava a ausência de iniciativas de formação de dirigentes associativos

Depois foi feita a intervenção de Pedro Carrilho que abordou o interesse do PS relativamente ao Movimento Associativo e da criação pela Federação de Setúbal de um gabinete para este tema, assunto que iria ser por ele abordado na 2ª parte da Conferência. Disse ainda que existe a necessidade das concelhias adoptarem medidas concretas no seu relacionamento com a realidade das suas colectividades, referindo que o PS não tem acompanhado e em alguns casos tem, até, abandonado o movimento associativo, sendo estas responsabilidades partilhadas entre as concelhias e a distrital.

Seguiu-se Joaquim Barbosa (Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Almada) que referiu que todas as associações, independentemente do seu tipo ou estatuto, deveriam ser incluídas, nesta discussão. Acrescentou, ainda, que um dos caminhos as colectividades podem seguir é transformarem-se em IPSS, para beneficiarem de outros tipos de apoio e prestarem outros tipos de serviço às suas populações. Referiu ainda que em Almada existe uma coordenação, uma associação concelhia de colectividades, que não tem actividade mas que é controlada partidariamente pelo PCP e que o PS tem o dever de intervir de forma a devolver a independência ao movimento associativo.

Seguidamente interveio Rui Carvalheira que explanou a experiência e a actividades das associações de pais e salientou a necessidade de incluir estas associações no movimento geral.

Seguiu-se Leite Couto que apresentou uma reflexão sobre a intervenção do executivo da Junta de Freguesia de Caparica. Relatou, também, a sua experiencia pessoal de longos anos como dirigente no Monte de Caparica Atlético Clube, tendo confirmado que a Câmara Municipal de Almada apoia mais as colectividades que são controladas por militantes e dirigentes do PC. Terminou falando da sua experiência enquanto dirigente da Cooperativa Agrícola de Almada e Seixal e do que tiveram de trabalhar e resistir à tentativa de tomada de assalto desta associação por parte de estruturas controladas pelo PC, que ao contrário desta Cooperativa até já abriram falência. Defendeu, também, a criação do Gabinete de Observação e Reflexão em Almada.

Depois foi feita a intervenção de Jaime Almeida que começou por dizer que concordava com a criação do gabinete no concelho de Almada e referiu de seguida que a Monte K Escola de Desporto apesar de possuir um grande potencial humano em atletas alguns deles sendo campeões nacionais e trabalhando numa área do concelho com grandes problemas sociais, não obtém mais apoios por isso, sendo assim essa associação impedida de desenvolver o seu trabalho na área social.

Alda Fidalgo voltou a intervir fazendo referência ao facto de a conduta da Câmara Municipal de Almada está a dividir os dirigentes associativos, como é exemplo o fim dos Jogos Desportivos do Concelho de Almada de que resultou o afastamento dos dirigentes das associações desportivas e não só do concelho. Disse ainda que ao contrário, a Junta de Freguesia de Charneca de Caparica promove reuniões mensais com os dirigentes das associações localizadas na sua freguesia, promovendo assim a criação de laços entre esses dirigentes.

Pedro Matias, de seguida, interveio para dizer que Almada já foi considerada a capital do associativismo, e que existe a necessidade do PS ser mais activo nesta área. Constatou o facto de existir um envelhecimento dos dirigentes e uma falta de adaptação do movimento associativo às novas realidades. Afirmou que a independência se perde com a dependência financeira que as colectividades mostram face às autarquias e que o movimento associativo tem de ter a capacidade de gerar receitas próprias. Considerou estes eventos muito importantes, concordando com a criação do gabinete.

Após a anterior intervenção falou Jorge Nogueira, da concelhia do Barreiro, que tendo louvado esta iniciativa e expressado a sua concordância com a criação do gabinete, considerou que a Federação deve estar no processo.

Por último interveio o Miguel, da Juventude Socialista, reforçou a ideia da influência que o PC tem no movimento associativo e que o PS tem o dever de neutralizar essa nefasta influência para que o movimento associativo mantenha a sua independência.

Não existindo mais intervenções, suspendeu-se os trabalhos para almoço.

Na parte da tarde a mesa foi constituída pelos seguintes elementos da Comissão Organizadora: Alda Fidalgo e Hilário Paulo (Alberto Chaíça juntou-se mais tarde) e por António Mendes, Presidente do PS/Almada e Pedro Carrilho, Coordenador do Gabinete do Movimento Associativo da Federação Distrital de Setúbal do PS (GMAFDSPS).

Pedro Carrilho apresentou o que é o GMAFDSPS e para que fins existe e deu uma panorâmica geral sobre a situação actual do Movimento Associativo em todo o nosso distrito.

O debate iniciou-se com um pedido de esclarecimento por parte de Pedro Pereira.

De seguida falou Fernando Miguel que voltou a sublinhar a necessidade de formação dos dirigentes e referiu, ainda, a realidade da freguesia de Caparica onde a Junta convoca as colectividades para reuniões com determinada ordem de trabalhos mas quando da realização dessas reuniões se constata o facto de já estar tudo anteriormente decidido.

Seguiu-se Pedro Matias que deixou a sugestão ao futuro gabinete, caso venha a existir, deste realizar uma iniciativa o financiamento das associações.

De seguida interveio Paulo Viegas que equacionou qual a maneira mais correta de fazer chegar esta informação aos cidadãos em geral.

Depois de Paulo Viegas falou José Carlos Simões que referiu a necessidade de organizar o movimento associativo.

Após esta intervenção a Comissão Organizadora apresentou as conclusões da Conferência:

·         Constituir o Gabinete de Observação e Reflexão (GOR).

·         Reconhecimento da dificuldade da renovação geracional dos Dirigentes Associativos Voluntários e promover a integração das novas gerações.

·         O PS tem de deixar de apenas dizer e tem de FAZER!

Para encerrar a Conferência “Dirigentes Associativos” falou António Mendes que referiu a importância desta iniciativa, agradecendo à Comissão Organizadora a sua realização, tendo evidenciando a capacidade de iniciativa desses militantes e de serem, também, dirigentes associativos. Propôs à Comissão Organizadora, já enquanto GOR, a realização, logo no início do ano de 2012, de uma nova iniciativa para responder aos desafios postos nas conclusões, baseada no tema “O Movimento Associativo em Almada – História e Futuro”. Saudou a presença de todos, salientando a presença do Presidente do PS Moita, assim como de militantes de outras concelhias do distrito.

Fez ainda referência:

·         À realidade do movimento associativo no concelho de Almada,

·         À acção do município que promove a descriminação a favor de associações controlados pelo PC

·         À intervenção do PC, no movimento associativo para o condicionar e diminuir na capacidade de intervenção social no próprio concelho.

·         À realidade riquíssima do concelho que possuí diversas associações centenárias, vários movimentos cívicos, diversas IPSS, associações de reformados e muitas e muitas colectividades de cultura, desporto e recreio.

·         Ao papel do associativismo em tempo de crise.

 Terminou dizendo que o regulamento de atribuição de subsídios, que a Câmara Municipal de Almada tem em vigor foi criado por iniciativa do PS, que se sabe que não é perfeito, mas é um passo na igualdade de tratamento que todas as associações merecem por parte da Câmara.

 Com esta ultima intervenção foi dada como encerrada esta conferência

Conferência "Dirigentes Associativos" - Conclusões

ü  Constituir o Gabinete de Observação e Reflexão (GOR).

ü  Reconhecimento da dificuldade da renovação geracional dos Dirigentes Associativos Voluntários e promover a integração das novas gerações.

ü  O PS tem de deixar de apenas dizer e tem de FAZER!

Conferência "Dirigentes Associativos" - O Associativismo na Freguesia de Caparica

O Associativismo é a expressão organizada da sociedade civil, que apela à responsabilidade e à intervenção dos cidadãos em várias esferas da vida social, constituindo um importante meio de exercício da cidadania.

Trata-se de um movimento através do qual as pessoas se agrupam em torno de interesses comuns, constituindo associações que têm objectivos de entreajuda e cooperação.

O Associativismo é, também, uma forma privilegiada de intervenção na sociedade civil que se deve nortear, sempre, pelos princípios da Liberdade, da Democracia e da Solidariedade.

Durante o Estado Novo o movimento associativo popular sofre de fortes condicionalismos, com restrições à liberdade de associação e com a centralização dos poderes na administração central do Estado, para além da situação política geral do País.

Após o 25 de Abril de 1974 a liberdade de associação é reposta e consagrada constitucionalmente e a criação e desenvolvimento das associações é impulsionada e acarinhada.

As associações constituem um parceiro reconhecido e desenvolvem acções de crescente importância em áreas muito diversificadas, complementando a intervenção do estado em vários domínios.

As associações são organizações democráticas geridas pelos seus associados, os quais devem participar activamente na definição dos seus objectivos e projectos.

Aderir ao Associativismo é participar de forma activa no planeamento e na condução das nossas vidas, quando ao procurarmos responder a necessidades que sentimos, contribuímos, também, para a resolução de carências colectivas.

Por tudo isto o Associativismo permite:

·         Pensar o futuro

·         Intervir sobre o presente

·         Investir em relações humanas

·         Ser solidário

·         Aprender regras fundamentais da democracia

·         Contribuir para o bem-estar comum.

Que futuro?

O desenvolvimento do Movimento Associativo depende da sua capacidade de modernização e de adaptação às novas necessidades e realidades.

A sua relação com o Estado tenderá a ser alicerçada nos princípios de autonomia, como decorre das orientações politicas defendidas pelo Conselho da Europa, sendo necessário actuar numa óptica de responsabilidade e de mobilização do conjunto da sociedade, incluindo os indivíduos e os grupos mais vulneráveis, neste sentido as associações constituem veículos privilegiados de combate à exclusão e de intervenção social.

Após estas referências, obrigatoriamente muito generalizadas, passarei a fazer referência à actual situação do Associativismo na freguesia de Caparica (Monte de Caparica, concelho de Almada) e sendo passarei a enunciar alguns dos “atropelos” feitos ao Associativismo praticados na minha freguesia.

Iniciarei este enunciado pelas Festas Populares do Monte de Caparica, que são actualmente a bandeira da freguesia.

Estas Festas são geridas pela Junta de Freguesia e uma comissão, comissão essa que é patrocinada pela Junta de Freguesia através de uma convocatória anual às colectividades para, numa reunião, procederem à eleição dos elementos que virão a constituir essa comissão, de entre os membros representativos das diversas colectividades, o que seria uma forma de procedimento normal.

Mas o que se passa na realidade não é nada disso. O que acontece na verdade é que em vez de uma eleição democrática tudo ocorre através de um convite feito, por um elemento da comissão anterior, às restantes associações existentes na freguesia, para integrar essa referida comissão.

Convite que é feito para integrar a tal comissão que não tem qualquer tipo de objectivo ou projecto, ficando as outras associações dependentes desse “convite” e sem qualquer hipótese de integrar a dita comissão ou de apresentarem qualquer projecto alternativo e melhor para a freguesia.

Mas e como se não bastasse esta ausência de Democracia, onde uma eleição é substituída por convites e cooptações, deve-se também dizer que deixaram de ser apresentados “Relatório e Contas”, o que sujeita a organização a uma falta de transparência e desconfiança geral.

Inseridas nessas mesmas festas estão também a Festa das Colectividades que servem agora como adorno para as festas da Junta de Freguesia e onde o movimento associativo não é ouvido para a sua organização ou na escolha dos temas.

De salientar também as opções fracassadas e alguma falta de empenho nos últimos anos nas actividades como os Jogos Desportivos da Caparica a Festa da Juventude... entre outras.

Numa freguesia muito deficitária em infra-estruturas, mas com a população mais jovem do concelho, deverei fazer referência à construção das piscinas e biblioteca (na zona do Raposo), mas com um atraso superior a 30 anos, mas tenho de deixar aqui uma pergunta, será que essas novas infra-estruturas irão “servir” a freguesia e o seu movimento associativo?

E a que se deve esta pergunta?

As colectividades nada sabem sobre:

·         A sua utilização.

·         Os serviços que vão prestar à nossa população e às nossas colectividades.

·         E que preços vão ser cobrados por esses serviços.

·         Que actividades desportivas e outras poderão as colectividades vir a fomentar nessas infra-estruturas.

São estas situações que me levam a acreditar que o Associativismo na Caparica precisa de um debate aberto e democrático, acreditando que esta Conferência nos pode levar a apoiar um movimento associativo que pugne pela Igualdade e pela Transparência.

Se o passado é mau, deixem-me dizer que o presente é péssimo, mas esperemos que o futuro seja, pelo menos, um pouco melhor, assim nós queiramos, assim nos deixem continuar, esta é a minha esperança e a minha certeza.

Sublinho a terminar o papel que as Associações têm desempenhado na prática da Solidariedade Social, funcionando como verdadeiros grupos de voluntariado de proximidade.

Parece-me que é desejável que este papel se venha a desenvolver ainda mais no futuro, em articulação com outras entidades e que se insira em processos de desenvolvimento locais baseados na consciência dos problemas sociais e locais e na procura das soluções necessárias.

Termino com a seguinte afirmação:

“Sem dirigentes Associativos voluntários não há Associativismo Popular” e se “ao olharmos o Associativismo Popular e tudo o que ele representa sentimos que somos um povo mais solidário, mais culto e mais feliz”.

Conferência "Dirigentes Associativos" - A Mulher no Movimneto Associativo

O papel da Mulher no associativismo é indissociável na história. Desde a antiguidade que sempre existiram mulheres relacionadas com o tema. Até, na própria Bíblia Sagrada deparamo-nos logo no início a associação de Eva à serpente para gerar a tentação em Adão.

A associação das lutas encetadas por mulheres levaram à criação do primeiro Dia Internacional da Mulher, celebrado em 28 de Fevereiro de 1909 nos Estados Unidos, por iniciativa do Partido Socialista da América, em memória do protesto contra as más condições de trabalho das operárias da indústria do vestuário de Nova Iorque.

O Movimento Associativo foi Consagrado, na Declaração Universal dos Direitos Humanos, na Convenção Europeia dos Direitos do Homem e na Constituição da República Portuguesa.

A Lei n.º 20/2004, de 5 de Junho, cria o Estatuto do Dirigente Associativo Voluntário, vem suprimir uma lacuna, reconhecendo e estabelecendo direitos ao dirigente associativo.

Em Portugal, em 2006 é promulgada a Lei da Paridade (Lei Orgânica nº 3/2006 de 21 de Agosto) que estabelece que as listas para a Assembleia da república, para o Parlamento Europeu e para as autarquias locais terão de ser compostas de modo a assegurar a representação mínima de 33% de cada um dos sexos.

A Assembleia da República define nos termos da alínea c) do artigo 161º da Constituição o papel da mulher no movimento político (numero curioso.. tendo em conta que existem dois géneros: o feminino e o masculino…).

Embora sendo mulher e agradecendo esta forma de integrar mulheres, nas listas do poder político, não posso no meu âmago estar minimamente, de acordo… a mulher tem que estar no lugar de referência que o seu trabalho e a capacidade desenvolvida seja-o merecida por mérito próprio.

Assim, o desafio que aqui vos deixo é exactamente o avaliar do papel da mulher no movimento associativo, sendo que é reconhecido o seu papel em igualdade com os homens e deixando essa ideia dos 33%..., provavelmente uma ideia de alguns iluminados… desculpem …homens!

Conferência "Dirigentes Associativos" - O Dirigente Associativo Voluntário

O associativismo, com as suas múltiplas expressões, em especial as colectividades de cultura, desporto e recreio, é uma poderosa realidade social e cultural, no nosso país e também no nosso concelho.
Para muitas centenas de milhares de portugueses, o associativismo constitui a única forma de acesso a actividades desportivas, culturais, recreativas e até de acção social, para além de que é, também, através do exercício do direito de associação que muitos cidadãos exercem formas de participação cívica da maior relevância para a sociedade.
As colectividades promovem a integração social e assumem um papel determinante na promoção:
·         da cultura…
·         do desporto…
·         na área social…
substituindo a própria acção do Estado.
No entanto, sentem-se cada vez maiores dificuldades para levar as pessoas a participar na vida associativa, mas ainda assim estima-se que existam perto de 18 mil colectividades e 270 mil dirigentes associativos voluntários, em Portugal.
Mas o que é ser dirigente associativo voluntário?...
É um homem ou uma mulher que ao longo da sua vida dá!
Dá!…
De forma gratuita…
Dá!…
Às outras pessoas…
Dá!…
À sua terra…
Dá!...
À sociedade onde se integra!
Dá!...
As suas horas de descanso e as suas horas de lazer… as mesmas horas que retira à própria família para as oferecer a uma família muito mais alargada que somos todos nós.
Dá!...
Muitas e muitas horas de trabalho.
Trabalho valioso que alguns já calculam em cada ano…
Em cerca de 50 milhões de horas de trabalho voluntário, o que equivale, em termos económicos, a mais de 400 milhões de euros.
Mas dá também afectos!…
Aos sócios!…
Aos praticantes!…
Aos jovens e às crianças que frequentam a colectividade!…
À terra onde esta se localiza e… provavelmente, acima de tudo à própria associação!

Mas a verdade é que nem sempre esta dedicação sem preço às nossas colectividades… à nossa sociedade… é reconhecida, nem acarinhada, bem pelo contrário… muitas vezes os dirigentes associativos voluntários são pouco compreendidos pelos poderes e até por alguns na nossa sociedade.

Poder-se-á dizer que os dirigentes associativos voluntários são os últimos moicanos, porque resistem e continuam a resistir, a uma sempre crescente pressão do dinheiro e do individualismo.

Muitas vezes ouvimos perguntar…
·         O que move os dirigentes associativos voluntários?
·         O que os faz trabalhar gratuitamente?
·         O que os faz fazer tanto por tantos?
Algumas vezes, os mais mal-intencionados até os questionam se estão nisto apenas por amor à camisola ou se têm alguns ganhos escondidos?
Estes… os mal-intencionados, são aqueles que nunca tiveram a capacidade… ou desistiram de dar a sociedade, de dar aos outros, a solidariedade que só verdadeiros seres humanos são capazes de ter e de ofertar gratuitamente.

Estes… os mal-intencionados, são aqueles que invejam o vosso desprendimento, a vossa capacidade de dar, o vosso amor ao próximo.
Alguns dos dirigentes associativos aqui presentes têm provavelmente, agora nas vossas colectividades os filhos daqueles que eram crianças quando iniciaram a vossa actividade de dirigentes.
Essas pessoas, as mal-intencionadas, não conseguem imaginar a alegria que um dirigente associativo voluntário sente nestas situações, a satisfação que tem em saber que contribuiu para ter uma sociedade mais humana constituída por pessoas mais saudáveis.

Mas é suficiente esta cultura de afectos, esta capacidade de dirigir baseada no ser humano e à medida deste?
Os dirigentes associativos voluntários sabem que não é suficiente…
A prática e a vida associativa assenta na vontade de cada indivíduo e tem de ser lida no contexto onde se integra, i.e. a sociedade e o povo que somos, até porque o associativismo não é um fenómeno de geração espontânea ou recente e sim algo que nasceu no nosso passado mas que tem vindo a renascer, de forma continuada, até aos dias de hoje, pela vontade de uns tantos que têm vindo tenazmente a manter vivo e activo o movimento associativo.
Nos dias de hoje o grau de responsabilidade e eficiência que se exige aos dirigentes associativos voluntários é extremamente elevado, pelo que importa desenvolver e melhorar o desempenho destes dirigentes, apoiando-os… acompanhando-os e… arriscamos a dizer… devolvendo-lhe um pouco do muito que dão ao nosso concelho e ao nosso País.

Antes de terminar queremos, em nome da organização desta conferência deixar expressa, de forma clara e inequívoca, a sugestão da criação de um gabinete de observação e reflexão para o movimento associativo do concelho de Almada.

Mas porque somos pessoas que também se formaram nas colectividades e porque nelas aprendemos que não basta sugerir é preciso lançar mãos à obra não queremos apenas deixar aqui esta proposta ao António Mendes presidente do PS/Almada, mas queremos dizer que… podes contar connosco para organizar, constituir e trabalhar nesse gabinete, com e para os dirigentes associativos voluntários, em articulação com o gabinete da Federação de Setúbal do PS e em sintonia com o PS/Almada.
Conta connosco!
Muito obrigado a todos… e viva as colectividades… mas permitam terminar deixando um obrigado muito especial aos dirigentes associativos voluntários.

Conferência "Dirigentes Associativos" - A Independência

A secção do PS do Monte de Caparica possui há já uns meses uma comissão de acompanhamento do movimento associativo criada, constituída e dinamizada por 3 militantes, todos eles ligados às colectividades, como dirigentes, no passado, no presente e até quem sabe no futuro.

Esta comissão tem vindo a desenvolver trabalho no que respeita à observação e reflexão sobre a situação actual do movimento associativo naquela freguesia.

O trabalho desta comissão culminou em 2011 na organização, em conjunto com a Charneca de Caparica desta Conferência do Dirigente Associativo.

Mas será que o facto de se ser militante do PS retira ou impede a possibilidade de sermos independentes na nossa actividade de dirigentes associativos voluntários?

Pensamos que não!…

Temos a certeza que não!

Na nossa actividade de dirigentes associativos voluntários mantemos uma estrita independência politica relativamente:

·         Aos associados.

·         Na gestão das colectividades.

·         Na relação com as outras instituições

Mas a nossa independência enquanto dirigentes associativos voluntários não pode ser confundida com neutralidade ou com indiferença relativamente à terra onde vivemos e ao povo com a qual a compartilhamos.

Mas ser independente o que não é?

Ser independente não é o mesmo que não ter partido.

Ser independente não é o mesmo que não ter cartão de militante do PS.

Ser independente não é ser contra as ideias do PS e vir depois papaguear o que se lê no Expresso ou no Avante.

Ser independente não é sentir a necessidade de andar a criticar e até dizer mal do PS, que até é o partido que os acolheu, nem fazer de conta que são superiores aos seus militantes pelo simples facto de estes serem militantes do PS.

Ser independente enquanto dirigentes associativos voluntários é não confundir as opções políticas pessoais com as nossas associações e com os seus sócios, fazendo obrigatoriamente disto o mote diário da nossa actividade como dirigentes associativos voluntários.

Ser independente enquanto dirigente associativo voluntário não é o mesmo que não ter actividade política enquanto cidadão ou intervenção enquanto militante partidário.

A independência é uma atitude diária e está na origem do movimento associativo.

O movimento associativo deve ser… tem de ser independente!

Só a sua independência… só a independência dos seus dirigentes lhe dá a capacidade de existir para, com e pelas colectividades e populações, sem presença tutelar de quem, enchendo a boca com… colectividades e movimento associativo… mais não faz que cercear-lhe a independência, a capacidade de intervenção autónoma, para desta forma controlar os seus dirigentes impedindo-os de serem agentes activos da mudança que tão necessária é no nosso concelho.

Conferência "Dirigentes Associativos" - A Comissão Organizadora

A Comissão Organizadora foi constituída por Alberto Chaíça (Logística), Alda Fidalgo (Freguesia da Charneca de Caparica), António José Ferreira (Freguesia de Caparica) e Hilário Paulo (coordenação geral e ligação ao PC/GMA) e estava estruturada da seguinte forma:

Legenda:
AC - Alberto Chaíça
TZ - António José Ferreira
AF - Alda Fidalgo
HP - Hilário Paulo
Log – Logística
Cap – Freguesia de Caparica
ChC – Freguesia de Charneca de Caparica
PC/GMA – Pedro Carrilho / Gabinete do Movimento Associativo da FDSPS