segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Conferência "Dirigentes Associativos" - Texto da JS/Almada

Sendo esta uma sessão dedicada às diversas Associações da nossa federação, começou por se abordar o assunto de uma forma histórica falando igualmente do predomínio do espirito associativista no Conselho de Almada que continua vivo e com força mas que tem sofrido uma contínua queda, com tendência para se acentuar.

Porque se tem então vindo a verificar uma inversão da curva? Vários factores foram apontados, destaco porém o envelhecimento progressivo da população que retira inevitavelmente os mais idosos das associações desportivas, as dificuldades económicas que deixam as pessoas com menos tempo disponível para actividades extra ou pura e simplesmente sem dinheiro para tal, o aparecimento de outras actividades mais cativantes para os jovens do que as que são usualmente disponibilizadas pelas associações e ainda a existência de um número cada vez maior de instalações desportivas e de espaços de convívio modernos e com muito melhores condições.

Dado o tema, inevitável foi porém a referência ao PCP que faz questão de se apoderar de todas as associações que "apanha à mão" e mesmo daquelas que na sua rebeldia teimam em não ceder à sua fome associativista, recorrendo ao bombardeamento para que, rendidas, possam sucumbir aos braços do polvo.
Quero com isto dizer, de uma forma irónica, que o partido comunista tem realmente uma enorme preocupação em que as Associações sejam dirigidas pelos seus Comissários e estejam por isso a seu lado na intensa luta de filiar e manter pessoas no dito partido. Para tal tudo vale, sendo prática comum asfixiar as Associações cuja direcção não é comunista, pela redução abrupta ou corte total dos fundos que lhes são destinados.
Aparece depois o PCP como o "salvador da pátria" quando a direcção demissionária sai de cena e entra uma nova com "sangue bem vermelho". Os fundos voltam imediatamente, a Associação consegue pagar as suas dívidas, consegue manter as contas em ordem e "voilá"! Milagre... salvou-se uma Associação!

Tal como referi na pequena intervenção que fiz, o PCP vive disto e do Avante (o CDS vive das feiras (mas já viveu mais)), e se conseguirmos atacar este alicerce será um grande ponto a nosso favor.

Não só será benéfico para o nosso PS como simultaneamente acabamos com situações absurdas como as referidas por um camarada quando relatou a dificuldade de inscrição em determinadas Associações devido a orientações políticas discordantes com as que lá predominam. As Associações não são sedes de partidos!

Num panorama diferente, tentámos também responder à pergunta - Como dinamizar as Associações?
Dou relevo a duas das hipóteses propostas, como seja a limitação de mandatos nas Associações por forma a promover uma dinâmica pessoal no seio das estruturas, cativando assim um maior número de pessoas (sim, o PCP também tem forma de dar a volta a este "impedimento"); rejuvenescimento dos órgãos directivos (ponto relativamente ao qual, pelo que já foi dito, se concluiu ser difícil de pôr em prática).

Antes ainda do fecho da sessão foi apresentado o Gabinete Federativo de Estudos de Cultura, Desporto e Associativismo (GECDA), que pretende ser no nosso Distrito, com base numa relação de proximidade, uma plataforma para que todas as Associações possam comunicar entre si e para fora, "ganhando voz".

Por fim, o encerramento com o Presidente do nosso PS Almada, que sintetizou o que se falou durante o dia, fazendo um ponto de situação.
Acrescentou também de forma muito concreta um exemplo de actuação do PCP numa associação e referiu-se a uma conquista do PS, apenas possível no 1º mandato em que a CDU não teve maioria absoluta, em que se obrigou a que existisse um regulamento de atribuição de subsídios por forma a evitar fugas fáceis de capital para as associações "mais convenientes".

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