quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Conferência "Dirigentes Associativos" - O Dirigente Associativo Voluntário

O associativismo, com as suas múltiplas expressões, em especial as colectividades de cultura, desporto e recreio, é uma poderosa realidade social e cultural, no nosso país e também no nosso concelho.
Para muitas centenas de milhares de portugueses, o associativismo constitui a única forma de acesso a actividades desportivas, culturais, recreativas e até de acção social, para além de que é, também, através do exercício do direito de associação que muitos cidadãos exercem formas de participação cívica da maior relevância para a sociedade.
As colectividades promovem a integração social e assumem um papel determinante na promoção:
·         da cultura…
·         do desporto…
·         na área social…
substituindo a própria acção do Estado.
No entanto, sentem-se cada vez maiores dificuldades para levar as pessoas a participar na vida associativa, mas ainda assim estima-se que existam perto de 18 mil colectividades e 270 mil dirigentes associativos voluntários, em Portugal.
Mas o que é ser dirigente associativo voluntário?...
É um homem ou uma mulher que ao longo da sua vida dá!
Dá!…
De forma gratuita…
Dá!…
Às outras pessoas…
Dá!…
À sua terra…
Dá!...
À sociedade onde se integra!
Dá!...
As suas horas de descanso e as suas horas de lazer… as mesmas horas que retira à própria família para as oferecer a uma família muito mais alargada que somos todos nós.
Dá!...
Muitas e muitas horas de trabalho.
Trabalho valioso que alguns já calculam em cada ano…
Em cerca de 50 milhões de horas de trabalho voluntário, o que equivale, em termos económicos, a mais de 400 milhões de euros.
Mas dá também afectos!…
Aos sócios!…
Aos praticantes!…
Aos jovens e às crianças que frequentam a colectividade!…
À terra onde esta se localiza e… provavelmente, acima de tudo à própria associação!

Mas a verdade é que nem sempre esta dedicação sem preço às nossas colectividades… à nossa sociedade… é reconhecida, nem acarinhada, bem pelo contrário… muitas vezes os dirigentes associativos voluntários são pouco compreendidos pelos poderes e até por alguns na nossa sociedade.

Poder-se-á dizer que os dirigentes associativos voluntários são os últimos moicanos, porque resistem e continuam a resistir, a uma sempre crescente pressão do dinheiro e do individualismo.

Muitas vezes ouvimos perguntar…
·         O que move os dirigentes associativos voluntários?
·         O que os faz trabalhar gratuitamente?
·         O que os faz fazer tanto por tantos?
Algumas vezes, os mais mal-intencionados até os questionam se estão nisto apenas por amor à camisola ou se têm alguns ganhos escondidos?
Estes… os mal-intencionados, são aqueles que nunca tiveram a capacidade… ou desistiram de dar a sociedade, de dar aos outros, a solidariedade que só verdadeiros seres humanos são capazes de ter e de ofertar gratuitamente.

Estes… os mal-intencionados, são aqueles que invejam o vosso desprendimento, a vossa capacidade de dar, o vosso amor ao próximo.
Alguns dos dirigentes associativos aqui presentes têm provavelmente, agora nas vossas colectividades os filhos daqueles que eram crianças quando iniciaram a vossa actividade de dirigentes.
Essas pessoas, as mal-intencionadas, não conseguem imaginar a alegria que um dirigente associativo voluntário sente nestas situações, a satisfação que tem em saber que contribuiu para ter uma sociedade mais humana constituída por pessoas mais saudáveis.

Mas é suficiente esta cultura de afectos, esta capacidade de dirigir baseada no ser humano e à medida deste?
Os dirigentes associativos voluntários sabem que não é suficiente…
A prática e a vida associativa assenta na vontade de cada indivíduo e tem de ser lida no contexto onde se integra, i.e. a sociedade e o povo que somos, até porque o associativismo não é um fenómeno de geração espontânea ou recente e sim algo que nasceu no nosso passado mas que tem vindo a renascer, de forma continuada, até aos dias de hoje, pela vontade de uns tantos que têm vindo tenazmente a manter vivo e activo o movimento associativo.
Nos dias de hoje o grau de responsabilidade e eficiência que se exige aos dirigentes associativos voluntários é extremamente elevado, pelo que importa desenvolver e melhorar o desempenho destes dirigentes, apoiando-os… acompanhando-os e… arriscamos a dizer… devolvendo-lhe um pouco do muito que dão ao nosso concelho e ao nosso País.

Antes de terminar queremos, em nome da organização desta conferência deixar expressa, de forma clara e inequívoca, a sugestão da criação de um gabinete de observação e reflexão para o movimento associativo do concelho de Almada.

Mas porque somos pessoas que também se formaram nas colectividades e porque nelas aprendemos que não basta sugerir é preciso lançar mãos à obra não queremos apenas deixar aqui esta proposta ao António Mendes presidente do PS/Almada, mas queremos dizer que… podes contar connosco para organizar, constituir e trabalhar nesse gabinete, com e para os dirigentes associativos voluntários, em articulação com o gabinete da Federação de Setúbal do PS e em sintonia com o PS/Almada.
Conta connosco!
Muito obrigado a todos… e viva as colectividades… mas permitam terminar deixando um obrigado muito especial aos dirigentes associativos voluntários.

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